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Histórico

O Laboratório de Estudos em Economias e Globalizações (LEEG) resulta da confluência de vários esforços. De um lado, estrutura-se sobre o legado da obra do Professor Emérito Gustavo Lins Ribeiro, quem, ao longo de sua carreira, produziu várias etnografias sobre a expansão do capitalismo, a globalização e as práticas de desenvolvimento. De outro, o laboratório resulta das práticas de pesquisa realizadas pela Professora Kelly Silva em Timor-Leste, desde 2002. Já nesse período, a coordenadora do LEEG passou a explorar ferramentas próprias da Antropologia Econômica ou da Economia — como o regime de troca da dádiva — para compreender fenômenos do campo do desenvolvimento e dos processos de formação de Estados nacionais. 

O LEEG foi antecedido pelo Laboratório de Pesquisas em Desenvolvimento e Globalização (LEG), criado sob a liderança de Gustavo Lins Ribeiro em 2006. Diante de sua aposentadoria e da reconfiguração da agenda de pesquisa de Kelly Silva que, desde 2013, passou a focar prioritariamente dinâmicas econômicas, optou-se por rebatizar o LEG como Laboratório de Estudos em Economias e Globalizações (LEEG), em 2018. 

O LEEG é um espaço para articulação e agregação de práticas de pesquisa voltadas à compreensão de diferentes facetas do que é classificado como econômico em nossa sociedade, assim como das dinâmicas de produção, circulação e  consumo de pessoas e coisas em diferentes tempos e espaços e dos regimes de conhecimento e subjetivação que lhes permitem existir. A equipe do LEEG tem o compromisso de difundir os resultados de suas pesquisas junto a diferentes setores da sociedade, com destaque para professores do ensino fundamental e médio do Distrito Federal.
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O LEEG hoje


Coordenadora: Kelly Silva

O LEEG  objetiva produzir conhecimentos sobre as múltiplas dinâmicas que estruturam a produção de pessoas e coisas, em perspectiva etnográfica, multiescalar e comparativa, em particular em contextos em que relações locais se produzam claramente.
 
Denominamos Economia como o conjunto de procedimentos de produção, troca e consumo pelo qual populações e instituições garantem sua reprodução mediante a reposição de pessoas, coisas e articulações entre regimes heterogêneos de produção, troca e consumo, assim como de conhecimento e subjetivação. 
 
Denominamos globalização como o aumento, historicamente experimentado, da influência e do imbricamento de redes de locais diferentes, as quais têm incrementado, quantitativa e qualitativamente, a complexidade das suas trocas (culturais, sociais, econômicas e políticas) como um resultado da intensificação da compressão do tempo-espaço. Alguns cenários privilegiados para observar e (re)interpretar essas dinâmicas envolvem diferentes agentes/agências, aparatos, territórios, inter-relações e conflitos relacionados ao “desenvolvimento”, isto é, formas de expansão e transformação do capitalismo contemporâneo. Outros remetem à inovação tecnológica de ponta e à reprodução da infra-estrutura da economia capitalista, sob a hegemonia do capitalismo eletrônico-informático, assim como a outras formas de construir e exercer poder político e econômico como as vinculadas à reprodução do capitalismo financeiro global e ao transnacionalismo contemporâneo. Estudos de migração, de discursos globais (como o do antropoceno e do aquecimento global), de elites vinculadas à governança global e orientadas por representações cosmopolitas e transnacionais são igualmente importantes.
 
Adotamos também uma perspectiva crítica a metanarrativas de dominância do capitalismo e da sociedade de e para o mercado. A compreensão etnográfica das configurações organizacionais e morais plasmadas por práticas de governo em prol de economias de mercado deve presumir que o que se impõem por meio delas são capitalismos e formações econômicas variantes no tempo e no espaço. Nesse contexto, economias de mercado e capitalismos são, antes de tudo efeitos; estão imbuídos de traços singulares oriundos de negociações com dinâmicas de reprodução social locais.
 
O holismo metodológico que caracteriza a epistemologia antropológica implica reconhecer também que o que chamamos de economia é um efeito de ansiedades de separação e purificação que se conformam de maneira particular em diferentes lugares. Desse modo, interessa-nos compreender as dinâmicas sociais, políticas e cosmológicas que têm permitido a emergência e a reprodução de arranjos econômicos singulares, assim como de diversos cenários e processos de globalização.
 
Os investigadores que compõem a equipe do laboratório trabalham em três grandes frentes de pesquisa: 1. Etnografias de regimes econômicos não-hegemônicos (não-capitalistas); 2. Etnografias da expansão e transformações do capitalismo como um regime de produção e da sociedade de mercado que o acompanha; 3. Etnografias das imbricações e coabitações destes regimes em ecologias econômicas singulares, dos seus agentes/agências, ideologias/utopias e territórios relacionadas às diversas formas de globalização.

Atividades

O LEEG realiza seminários uma vez ao mês, nas dependências do DAN. Nessas ocasiões, são discutidos trabalhos produzidos pelos pesquisadores que o integram, assim como trabalhos clássicos ou de publicação recente que sirvam como fonte de inspiração para a continuidade das investigações abrigadas no laboratório.

 

O LEEG abriga uma série de projetos de pesquisa e também realiza atividades de difusão científica junto a escolas do Distrito Federal.

Para seus próximos anos de atividade, planeja-se aumentar o diálogo com colegas vinculados ao Departamento de Economia da UnB, assim como com outros centros de pesquisa sobre Economia e globalização na Antropologia e fora dela, no Brasil e no exterior.